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Crime da Braskem: moradores registram demolição dos prédios afetados em Maceió

Trabalhos mostram o avanço da remoção e o desafio de reconstruir vidas após o maior crime socioambiental da região 3/3

Moradores registram a demolição dos prédios afetados em Maceió - Fotos: Reprodução

Na tarde desta quarta-feira (11/6), ex-moradores e vizinhos do Edifício Aveiro, localizado no bairro Pinheiro, em Maceió, acompanharam com tristeza parte do processo de demolição do prédio. A Braskem, responsável pela mineradora envolvida no desastre ambiental, estima que os trabalhos de demolição se estendam por aproximadamente 50 dias.

Com celulares em mãos, muitos tentavam registrar os últimos momentos da edificação, que guardava histórias de vida, sonhos e memórias afetivas agora destruídas pelo impacto causado pela empresa. A cena, entre a grandiosidade da máquina de demolição e a emoção dos antigos moradores, parecia saída de um filme de ficção.

Jackson Douglas, ex-morador e uma das vozes mais indignadas contra a mineradora, classificou o momento como o “apagamento da memória do crime causado pela Braskem em Maceió”. Ele ressaltou a importância de mostrar a “realidade nua e crua” do que considera o maior crime socioambiental urbano em andamento no mundo.

“Para quem morou aqui, como eu, nessas áreas afetadas, isso é doloroso, mas infelizmente tem que ser mostrado. É visível e notório o apagamento do crime, das provas que a criminosa Braskem cometeu contra nós, os afetados”, acrescentou ele.

A demolição do Edifício Aveiro, que teve início no dia 2 de junho, é parte das obras de preparação do terreno para a duplicação da Rua José da Silveira Camerino, mas para os moradores representa muito mais do que isso — é o fim simbólico de uma luta marcada por dor, perdas e injustiça.